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Um blog para falar de tudo sem censuras e restrições... e sim... o vestido azul, é o meu preferido!
A Mª Goretti Melfe Nunes está a elaborar a sua dissertação de mestrado em Sociologia e pediu para partilhar a experiência sobre as questões da obesidade, do corpo e da imagem corporal.
Para isso criou um blog http://investigacaoubigoretti.blogs.sapo.pt/, passem lá e deixem o vosso depoimento.
Eu decidi aproveitar e deixar aqui o meu também.
Sexo feminino, 30 anos, a minha altura é 1.65 e peso 51kg.
Na verdade nunca fui obesa e como tal não posso contar a minha experiencia nesse sentido, no entanto, tal como toda a gente já senti a pressão para ter um determinado tipo de corpo.
Desde criança sempre fui muito magra. Acho que a pressão começou aí. Lembro-me de as pessoas mais velhas dizerem-me que era muito magrinha, até me diziam para olhar para outras meninas gordinhas e ver como elas é que eram bonitas. Na altura ficava um pouco triste é verdade, mas nunca ao ponto de ter sentimentos negativos sobre mim. Na escola nunca admiti que me gozassem por eu ser muito magrinha.
Cresci e na adolescência há uma fase que o corpo muda muito, nessa altura engordei um pouco. Na verdade não se podia chamar de estar gorda nem lá perto, mas como sempre fui “trinca espinhas” o facto de estar um bocadinho mais gordinha e com umas bochechas mais redondinhas acentuava o facto de ter engordado. Nessa altura o mais curioso é que as mesmas pessoas que em criança me diziam que as meninas gordinhas é que eram bonitas, diziam agora que eu estava engordar muito, para a minha mãe ter cuidado e não me deixar engordar mais.
Quanto é que eu pesava nessa altura?
Nunca passei dos 57kg! Com 1.65m eu não era obesa, nem gorda sequer.
Curiosamente nunca me deixei influenciar muito por isso, talvez tenha a ver com a minha personalidade. Nessa altura não deixei de comer o que gostava, não entrei em depressões, em dietas malucas. Nada disso. Sem fazer nada, emagreci um pouco e desde os 20 anos pelo menos que mantenho o mesmo peso, sem dietas nem exercício físico.
Se gosto de tudo no meu corpo? Mas existe alguém que goste? Eu acho que não! Há sempre coisas que mudávamos, e se for a pensar bem não são poucas.
Uma vez uma pessoa disse-me que se não gostamos das nossas orelhas e passamos a vida a dizer isso a toda a gente, as pessoas vão passar a reparar nas nossas orelhas e vão achar feias, embora até ali nem tivessem reparado. É mais/menos assim que eu penso. Ninguém tem tudo que quer. Ninguém é exatamente como quer. Temos de gostar de nós como somos e acentuar os nossos pontos fortes. A nossa autoconfiança vai fazer com que os outros nos respeitem, com isso vamos nos sentir melhores, e vamos transmitir mais confiança ainda. É um ciclo.
Apesar de não ter tudo que quero, gosto de mim como sou, guardo as fragilidades para mim, tento-me focar nos meus pontos fortes e há sempre alguma coisa que podemos fazer para melhorar, para sermos como queremos, cabe-nos a nós fazer por isso.
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